sexta-feira, novembro 22, 2024

Acervo do ex-presidente volta a entrar na mira da PF

A defesa do ex-presidente nega qualquer irregularidade e espera que o TCU indique quais são os objetos a serem devolvidos

O ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), voltou a entrar na mira da Polícia Federal (PF), desta vez, por conta de cinco presentes que o ex-presidente recebeu dos Emirados Árabes Unidos. O ex-chefe do Executivo federal já vinha sendo investigado pelo recebimento de joias da Arábia Saudita, incorporadas de forma supostamente indevida.

De acordo com o jornal O Globo, entre os itens recebidos por Bolsonaro estão um relógio de mesa cravejado de diamantes, esmeraldas e rubis; três esculturas, sendo uma feita de ouro, prata e diamantes; um incensário de madeira dourada. Os valores dos itens não foram registrados pela Presidência da República.

De acordo com a publicação, o relógio e a escultura foram recebidos em uma viagem realizada de 12 a 18 de novembro de 2021. À época, Bolsonaro visitou Dubai e Abu Dhabi, nos Emirados Árabes; Manama, no Bahrein; e Doha, no Catar. A viagem tinha como objetivo estreitar as relações entre Brasil e o Oriente Médio. Já os outros três itens foram entregues em 2019. Na ocasião, o ex-presidente recebeu os presentes por representantes da embaixada dos Emirados Árabes no Brasil e por autoridades durante uma viagem de Bolsonaro a Abu Dhabi.

As peças analisadas pela PF foram encontradas em uma fazenda do ex-piloto de Fórmula 1, Nelson Piquet, que fica numa área nobre de Brasília e a menos de 100 metros da entrada do condomínio onde mora atualmente o ex-presidente. O estafe de Bolsonaro teria enviado ao local 175 caixas no fim do ano passado, com mais de nove mil presentes recebidos por ele ao longo do seu mandato.

A defesa de Bolsonaro nega qualquer irregularidade. Em nota, os advogados Paulo Cunha Bueno e Daniel Tesser, que representam o ex-presidente, disseram que solicitaram ao Tribunal de Contas da União (TCU) que indicasse quais objetos que Bolsonaro incorporou ao seu acervo privado deveriam ser devolvidos, “medida absolutamente necessária, visto que o ex-presidente recebeu mais de 9 mil presentes”.

Em março deste ano, o ex-presidente devolveu dois kits dados pelo governo da Arábia Saudita e que foram incorporados a seu acervo privado. Um terceiro kit de joias sauditas já havia sido apreendido pela Receita Federal em 2021, no Aeroporto de Guarulhos (SP), com um assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. O caso ganhou repercussão e fez com que a PF abrisse investigação contra Bolsonaro pelos crimes de peculato, suposta tentativa de desvio de bens públicos para patrimônio privado, e um dos delitos previstos na lei que define os crimes contra a ordem tributária.

Leia mais: Senadora prepara emenda para exclusão do FCDF do Marco Fiscal


  • Por Redação Convergente
  • Foto: Divulgação

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