sexta-feira, novembro 22, 2024

Reviravolta: polícia informa que dono de pastelaria, que seria suposta vítima de racismo, criou perfil falso

Na última terça-feira, 14, o proprietário de uma pastelaria registrou ocorrência na Polícia Civil por uma mensagem de cunho racista enviada em um pedido feito por meio de um aplicativo

O caso de uma mensagem de cunho racista enviada a uma pastelaria de Campo Bom, no Vale do Sinos, mobilizou a Polícia Civil nos últimos dias. De acordo com a PC, o proprietário de uma pastelaria no Centro da cidade registrou uma ocorrência em função de um suposto caso de racismo, do qual seria vítima. Após a investigação, nesta sexta-feira (17), a Polícia Civil concluiu que o próprio comerciante criou o perfil falso que enviou a mensagem ao seu estabelecimento.

“Após intenso trabalho investigativo, com análise e cruzamento de dados, os policiais civis verificaram que a própria vítima teria sido o autor da manifestação com cunho ofensivo, discriminatório e preconceituoso”, informou o delegado Rodrigo Câmara.

Após o registro da ocorrência, o proprietário da pastelaria foi novamente intimado para prestar declarações. Confrontado pelos policiais a respeito dos dados obtidos, ele teria se retratado e confessado que criou a conta no aplicativo do iFood e encaminhou o pedido com a observação discriminatória. Segundo o delegado, o empreendedor acusou “motivos pessoais” para a prática.

O homem será indiciado pelo cometimento do delito de falsa comunicação de crime, previsto no Código Penal. O inquérito policial será remetido ao Poder Judiciário nos próximos dias.

O caso

Na última terça-feira, 14, o proprietário de uma pastelaria registrou ocorrência na Polícia Civil por uma mensagem de cunho racista enviada em um pedido feito por meio de um aplicativo. “Última vez veio um motoboy negro peço a gentileza que mande um branco”, dizia a mensagem do pedido. E ia além: “não gosto de gente assim encostando na minha comida”.

Gabriel Fernandes da Cunha, sócio da pastelaria, afirmou que a mensagem era dirigida a ele, visto que seria o único homem negro na equipe. Ouvido pela reportagem, Cunha sustentou que teria sido vítima. “A pessoa deve pagar por ter escrito aquilo e por não ter consciência do que as palavras dela podem causar”, afirmou, antes da conclusão do inquérito, que o colocou no lugar de indiciado.

Leia mais: “Tamanha agressão não passará impune”, diz pastelaria que registrou caso de racismo no RS


  • Por July Barbosa com informações Metrópoles
  • Revisão textual: Vanessa Santos
  • Foto: Divulgação

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