O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, que é controlado por autoridades chavistas, declarou o ditador Nicolás Maduro o vencedor das eleições presidenciais, nesse domingo (28). De acordo com a Justiça Eleitoral da Venezuela, Maduro venceu por cerca de 52% dos votos, apesar de pesquisas eleitorais apontarem a vitória do candidato da oposição, Edmundo González, com 70%. Em diversas partes do Brasil, incluindo em Manaus, houve protestos de venezuelanos refugiados.
A apuração foi lenta e sob acusação de irregularidade. O mundo estava atento para saber o resultado das eleições venezuelanas, uma vez que Maduro está no poder desde 2015, sendo o sucesso de Hugo Chavez.
Apesar do resultado ter sido divulgado na Venezuela, a votação ainda não foi certificada por observadores do Centro Carter, nem da ONU. Além disso, há uma pressão dos países sul-americanos e europeus, além dos Estados Unidos para que os resultados sejam auditados.
De acordo com a mídia venezuelana, o pleito foi marcado por constantes mudanças de regras e movimentações fraudulentas por parte do chavismo dias antes dos venezuelanos irem às urnas.
Além disso, a mídia também noticiou que houveram problemas durante o processo de totalização e apuração dos votos, quando a oposição acusou o CNE de paralisar a transmissão dos resultados.
A oposição denunciou não ter tido acesso a 70% das atas eleitorais que poderiam comprovar os resultados e acusou Maduro de fraudar a votação. Com início do processo de apuração, a oposição ainda relatou dificuldades para acessar as atas eleitorais. Sem elas, não é possível fazer a comprovação dos dados apresentados pelo CNE.
Após o resultado, Maduro afirmou que é preciso respeitar a votação. “Temos que respeitar essa Constituição, temos que respeitar o árbitro e que ninguém tente desrespeitar essa bela jornada”, disse.
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Oposição contesta
A líder da oposição, María Corina Machado,afirmou que os dados divulgados são “impossíveis diante dos dados que estamos recebendo”.
“Hoje queremos dizer a todos os venezuelanos e ao mundo inteiro que a Venezuela tem um novo presidente eleito e é Edmundo Gonzalez”, afirmou a opositora. “Já ganhamos e todo mundo já sabe. Isso tem sido algo tão grande e abrumador que ganhamos em todos os cantos do país, em todas as cidades do país, em todos os Estados do país”, completou.
Ao discursar para apoiadores, Edmundo González afirmou que o povo venezuelano sabe o que aconteceu. “Os venezuelanos e mundo todo sabemos o que aconteceu hoje. Aqui foram violadas as normas já que não foram entregues todas as atas”, disse.
Com exceção do Brasil e da Bolívia, os governos do Uruguai, Argentina, Equador, Paraguai, Peru, Panamá, Costa Rica e República Dominicana divulgaram nota exigindo transparência nas eleições. Os países também pediram que seja liberado acesso dos fiscais de urna as atas de votação.
O assessor de relações internacionais do Planalto, Celso Amorim, disse por meio de nota que está em contato com diferentes forças políticas e analistas eleitorais. “O presidente Lula vem sendo informado ao longo do dia. Vamos aguardar os resultados finais e esperamos que sejam respeitados por todos os candidatos”, concluiu.
Manifestações no Brasil
Milhares de venezuelanos escolheram o Brasil para recomeçar a vida após saírem da Venezuela por conta da instabilidade na economia. Centenas de venezuelanos foram à embaixada da Venezuela em todas as partes do Brasil, mas somente em Brasília os votos eram válidos.
Em Manaus, os venezuelanos que residem na cidade foram até o Largo de São Sebastião para acompanhar a eleição e a apuração dos votos. Após o resultado que decretou a vitória de Maduro, houve manifestação contrária.
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Com os protestos, forças militares foram acionadas. Houve confronto da polícia contra os venezuelanos e uso de gás lacrimogênio para conter o protesto. Não há informações sobre feridos.
*Com informações do O Convergente
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