sexta-feira, maio 17, 2024

Brasil irá produzir vacina contra vício em crack e em cocaína

Uma parceria entre a UFMG e a prefeitura de SP está desenvolvendo desde 2015 uma vacina contra a dependência em crack e cocaína

A vacina Calixcoca, desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais, “pode ser esperança” para dependentes de cocaína e crack. Isso se deve a uma parceria entre a UFMG e a prefeitura de SP desde 2015 para a o desenvolvimento da vacina, é o que defende o pesquisador Frederico Garcia, que é professor da Universidade.

Nos testes realizados até o momento, os pesquisadores constataram que os anticorpos produzidos pela vacina, chamada de Calixcoca, criam uma barreira a partir de uma molécula sintética, impedindo que a cocaína seja levada pelo sangue para o sistema nervoso central e o cérebro. Com isso, o mecanismo que provoca a compulsão pela droga é interrompido.

A pesquisa ainda indica que a vacina, além de ajudar no tratamento dos dependentes químicos, pode também proteger bebês das gestantes usuárias de drogas. A colaboração entre a prefeitura e a Universidade se baseia em dar apoio financeiro e técnico para que o projeto avance a partir de agora.

Os cientistas acreditam que, com estes recursos, o trabalho possa ser concluído em dois ou três anos. Com o financiamento, o próximo passo é pedir a autorização da Anvisa para testar o imunizante em humanos.

“Essa luta não é só das famílias, mas também do poder público, para garantir tratamento a todos que necessitam”, afirmou, em nota, o prefeito Ricardo Nunes (MDB). A reunião entre o professor Frederico Garcia, responsável pela pesquisa na UFMG, e a equipe da prefeitura foi feita em 1º de junho.

Participaram os secretários municipais Luiz Carlos Zamarco (Saúde) e Edson Aparecido (Governo), além do chefe de gabinete da gestão municipal, Vitor Sampaio, e o coordenador da Vigilância em Saúde, Luiz Artur Caldeira.

 Como irá funcionar?

O imunizante desenvolvido na UFMG foi indicado ao prêmio Euro, que reconhece a inovação de profissionais latino-americanos em medicina. Ele induz o sistema imune a produzir anticorpos que se ligam à cocaína na corrente sanguínea.

Essa ligação transforma a droga numa molécula grande, que não passa pela barreira hematoencefálica, estrutura que regula o transporte de substâncias entre o sangue e o sistema nervoso central.

Outra possibilidade de uso foi observada nos testes em ratas grávidas, que produziram níveis significativos de anticorpos.

Segundo o pesquisador, uma vacina para a prevenção primária de transtornos mentais seria inédita na psiquiatria. A patente já foi depositada pela Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) da UFMG.


  • Por July Barbosa com informações G1
  • Foto: Divulgação

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