sábado, maio 11, 2024

Hutukara Yanomami denuncia agressão a indígenas yanomamis que foram amarrados em árvores

O pedido de investigação é endereçado ao Ministério dos Povos Indígenas (MPI), à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), à Polícia Federal, ao Ibama, à 1ª Brigada de Infantaria de Selva do Exército Brasileiro e ao Ministério Público Federal (MPF) em Roraima

O Ministério Público Federal de Roraima (MPF-RR) recebeu a denúncia de que, ao menos, duas crianças e um adolescente yanomami foram amarrados a troncos de árvore por garimpeiros. Os agressores justificaram a agressão alegando que as vítimas teriam roubado um celular.

A denúncia foi realizada através de uma representação da Hutukara Associação Yanomami e tem como base um vídeo, que foi gravado pelos próprios garimpeiros, na região de Surucucu, onde há garimpo irregular há cerca de 3 anos.

De acordo com o presidente da Urihi Associação Yanomami, Junior Hekurari, o fato ocorreu no início de agosto.

“No vídeo, os garimpeiros falam que as crianças teriam roubado celular, mas as crianças diziam que não. Perguntam também sobre uma arma”, explicou Hekurari em entrevista à Agência Brasil.

Quando tomaram conhecimento da violência com as crianças, dezenas de yanomami se deslocaram para resgatar as vítimas. Disparos de arma de fogo foram realizados durante o resgate.

O MPF-RR confirmou que recebeu a representação da Hutukara Associação Yanomami, denunciando o caso. Diante da situação, o procurador responsável acionou órgãos como Polícia Federal, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Fundação Nacional do Índio (Funai) e Exército.

Além disso, o MPF informou que está em contato com as instituições “responsáveis pela desintrusão no território Yanomami para saber quais medidas serão adotadas para proteção das comunidades indígenas”.

Em nota, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) confirmou que algumas das vítimas eram crianças e reafirma o “compromisso com a defesa e proteção aos territórios indígenas”.

O Alerta de Invasão de Garimpo e Ameaça que esclarece os fatos da violência cometidos contra as crianças foi encaminhado para a Secretaria de Direitos Ambientais e Territoriais Indígenas (MPI), Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Ye’kwana da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Superintendência da Polícia Federal em Roraima (PF/RR), Superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) em Roraima e para a 1ª Brigada de Infantaria de Selva – Exército Brasileiro e 7º Ofício do Ministério Público Federal em Roraima (MPF/RR).

Leia mais: Proibição do casamento homoafetivo indica que homossexuais têm menos direitos que heterossexuais, diz MPF


  • Por Redação Convergente
  • Ilustração: Marcus Reis

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