domingo, maio 19, 2024

Pesquisa indica eficácia de 79% na vacina do Butantan contra a Dengue

De acordo com o diretor do Butantan, Esper Kallás, está prevista a fase de análise de dados e elaboração do dossiê para submissão do pedido de registro do produto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda neste ano

O aumento dos casos de Dengue no Brasil tem preocupado autoridades de saúde do país. Como prevenção de uma eventual epidemia da doença, o governo brasileiro tomou medidas de combate e adquiriu imunizante do exterior para iniciar a campanha. Mas, Instituto Butantan desenvolveu uma vacina que apresentou eficácia de 79,6% contra infecções pela dengue.

O elevado índice de eficácia foi validado durante a terceira fase do estudo da vacina desenvolvida pelo instituto. Essa confirmação foi publicada na quinta-feira (1º) pela revista científica New England Journal of Medicine (NEJM). O governo do Estado de São Paulo, ao qual o instituto está vinculado, afirmou que a divulgação dos resultados do estudo “reforça a perspectiva de aprovação da vacina pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Os dados da fase 3 são muito animadores. A publicação na NEJM, uma revista de prestígio, reforça a qualidade dos ensaios clínicos conduzidos pelo Butantan, a capacidade dos centros de pesquisa e cientistas envolvidos no projeto e o reconhecimento internacional do instituto”, disse o presidente do Butantan, Esper Kallás, de acordo com o comunicado da Secretaria de Comunicação do governo paulista.

Na publicação, os pesquisadores descrevem que o imunizante teve 79,6% de eficácia em prevenir a doença, resultado que já havia sido divulgado pelo Butantan em dezembro de 2022, mas que, agora, ganha maior relevância por ser referendado pela comunidade científica internacional

No artigo, os pesquisadores afirmam que a vacina atua na prevenção da doença. Embora essa informação já tenha sido divulgada pelo Butantan em dezembro de 2022, sua relevância aumenta significativamente ao ser confirmada pela comunidade científica internacional.

De acordo com o infectologista Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan e investigador principal do estudo, para que o estudo seja publicado em uma revista científica de alto impacto, a pesquisa precisa passar por revisão de outros pesquisadores, assegurando assim a solidez e confiabilidade dos dados.”Ter um artigo publicado no New England é um atestado de que o que a gente fez tem relevância e seguiu um rigor na análise dos dados.”

A eficácia de 79,6% é similar à da vacina Qdenga (80,2%), que será oferecida no SUS a partir de fevereiro. O índice de proteção do imunizante brasileiro foi medido por meio do acompanhamento por dois anos de 16.235 voluntários na faixa etária dos 2 aos 59 anos. A fase 3 do estudo, que teve início em 2016, seguirá até que todos os voluntários completem cinco anos de acompanhamento, o que deve acontecer em junho.

A eficácia de 79,6% é semelhante ao imunizante Qdenga (80,2%), que estará disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) neste mês. O nível de proteção da vacina brasileira foi determinado através da monitorização de 16.235 voluntários, cujas idades variavam de 2 a 59 anos, ao longo de um período de dois anos. A 3ª fase do estudo, que teve início em 2016, será mantida até que todos os voluntários alcancem o período completo de cinco anos de acompanhamento, previsto para junho.

Posteriormente, está prevista a fase de análise de dados e elaboração do dossiê para submissão do pedido de registro do produto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), conforme indicado por Kallás, estimando-se que isso ocorrerá ainda neste ano.

“O nosso prazo é o segundo semestre e a gente tem um alvo que é setembro, mas tem que encarar isso com muita humildade porque, às vezes, precisamos repetir algumas análises, então esse alvo pode ser móvel, mas a gente está trabalhando para tentar antecipar”, destacou.

Na época dos casos de Covid-19, a Fundação Oswaldo Cruz também avaliou a efetividade da vacinação com a CoronaVac, do Butantan, e a BNT162b2, da Pfizer, em crianças, por meio do Projeto VigiVac da Fiocruz. Com o avanço do Instituto Butantan, a Fiocruz também pôde realizar um estudo sobre a eficácia do imunizante.

Leia mais: Vacina da dengue será ofertada em 4 estados da Região Norte em fevereiro

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